Descrição George Steiner, crítico que Roberto Bolaño admirava, propôs como emblema da imbricação entre cultura e barbárie a imagem do funcionário nazista que, durante o dia, trabalha num campo de extermínio e, à noite, recolhe-se aos seus aposentos para ler Goethe ou escutar Bach. Bolaño, que sabia que o nazismo, embora derrotado em 1945, talvez jamais desaparecesse do mundo, publicou em 1996 um livro no qual transpunha da Europa a seu continente natal a constatação de Steiner: "A literatura nazista na América" era o seu título. No último capítulo, resumia, em poucas páginas, a história do infame Ramírez Hoffman, poeta de vanguarda e torturador a serviço do governo de Pinochet. Na novela "Estrela distante", do mesmo ano, retomou, com fôlego mais amplo, a figura de Hoffman, que então se chama Carlos
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